quinta-feira, 16 de outubro de 2008


"Quando o sol ainda não havia cessado o brilhoquando a tarde engolia aos poucosAs cores do dia e despejava sobre a terraos seus primeiros retalhos de sombraeu vi que Deus veio Assentar-seperto do fogão de lenha da minha casachegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeçae buscou ali um copo de água num pote de barroque ficava num lugar de sombra constanteEle tinha feições de home feliz, realizadoParecia imerso na alegria que é própriaDe quem cumpriu a sena do dia e que agoraRecolhe a alegria cotidiana que lhe cabeEu o olhava e pensava:Como é bom ter Deus dentro de casa!Como é bom chegar a essa hora da vidaEm que tenho direito de ter um deus só pra mimCair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelosPuxar a caneta de seu bolsoE pedir que ele desenhasse um relógioBem bonito no meu braçoMas aquele homem não era DeusAquele homem era o meu paiE foi assim que eu descobriQue meu pai com o seu jeito finito de ser DeusRevelava-me Deus com seu Jeito infinito de ser homem ”